Algas japonesas na Ria Formosa
Quando li no “Postal do Algarve” a noticia do aparecimento de algas japonesas,"sargassum muticum", na Ria Formosa, o assunto não era novidade para mim porque a mesma notícia havia sido dada no inicio da semana numa das televisões nacionais:
http://www.rtp.pt/index.php?article=226270&visual=16
O aparecimento de algas já de si é algo de estranho, sabendo que chegaram à ria através de importação de “ostras” de viveiro, vindas sabe-se lá de onde. Leva-nos a olhar com apreensão para estas agressões ao ambiente.
Mas o mais preocupante é a falta de controlo existente em diversos sectores deste mundo globalizado, onde nunca ninguém se sente culpado pelos atentados contra o ambiente.
São relevantes:
A falta de controlo de qualidade no produtor, porque não é admissível a saída de um viveiro de um produto contaminado;
A falta de controlo do importador;
A falta de controlo dos viveiristas que compraram as ostras;
A falta de controlo das autoridades que supervisionam as instalações dos viveiristas;
A aplicações de multas dissuasoras a quem pratica estes crimes ambientais;
Etc,….
Tornam-se preocupantes estes procedimentos que põem em risco o meio ambiente em que vivemos, levando-nos a pensar que determinadas pessoas só vivem em função do lucro.
A demarcação da direcção do parque é também preocupante, através da sua directora Dr.ª Isabel Pires, podemos senti-lo lendo o que vou transcrever do “Postal do Algarve” de uma entrevista dada à Lusa em que a dita directora diz o seguinte:
“a invasão deste sargaço é um “facto recente e não previsto” e, por isso, estão a guardar indicações do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) para tomarem algumas decisões”
É uma verdade que em Portugal a burocracia é geradora de poder provocar prejuízos incalculáveis ao ambiente, que a autonomia dada aos organismos para tratarem destes problemas é inexistente, que o assumir de algumas responsabilidades para ultrapassar os acidentes ambientais sem autorização superior, como o de que estamos a falar, pode trazer problemas pessoais quando tomados.
Não se compreende que quando está em risco toda uma economia que tem numa ria saudável o rendimento de sustentabilidade de muitas famílias, esta praga ambiental não tenha um tratamento de erradicação adequado e imediato, e sejam organismos de defesa ambientais não governamentais a trazer a público e actuarem na recolha e destruição da praga.
Pelo que sei e li, este problema é já uma praga que se alastra em toda a costa europeia, mas que não seja nada feito para preservar os locais onde ainda não havia chegado, é demais, mas é a sociedade que temos, assim, os cidadãos tem por vezes de recorrer à substituição do próprio Estado.
Esperamos assim que o Estado na Primavera siga o conselho do coordenador do grupo de investigação da Universidade do Algarve, Rui Santos, e proceda à recolha das algas que começam a ameaçar o ecossistema de espécies únicas no mundo como os cavalos-marinhos, os peixes e os bivalves que utilizam a ria como maternidade.
Fiquem bem
José Cavalheiro
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