domingo, outubro 09, 2011

A falta de memória de Cavaco Silva

Quem ouviu o discurso, ou mesmo a entrevista na TV, do 5 de Outubro do Presidente da República, Cavaco Silva, e não conheça, ou tenha memória curta, o seu percurso politico quer como Primeiro- Ministro e depois como Presidente, ficou deveras impressionado com o que o homem disse.
Lendo com atenção discurso de Cavaco Silva vamos ficando abismados com o que lemos, em contraste com o que fez quer como Primeiro-Ministro quer agora como Presidente da República, neste discurso propõe que se faça o que quando Primeiro-Ministro não fez.
Diz a dada altura.
"Portugall tem de se afirmar, no contexto de uma União Europeia digna desse nome, como um Estado credível e como uma República que honra os seus compromissos.

Temos de ser um país determinado a resolver os seus problemas, de forma livre, soberana e independente. Poderemos ser ajudados em alturas de dificuldades, mas que nenhum português tenha dúvida: é a nós, cidadãos desta República, que cabe construir uma economia saudável e encontrar caminhos de futuro. Se não fizermos o nosso trabalho, de pouco adiantará receber um auxílio que é necessariamente limitado no montante e na duração."

O que fez o homem nos tempos em que como Primeiro-Ministro quando da adesão á UE e assinou os acordos de Maastricht, nada mais que aceitar a qualquer preço a adesão, e de que forma essa aceitação veio a ser negativa para o nosso País.
Não esqueçamos , e ele não é o único culpado, que com a entrada na UE foi o Governos da altura e os que se lhe seguiram a diminuíram cotas de produção nacional, assim como as empresas abertas as fronteiras abalaram de malas e bagagens para outros países onde os ordenados baixos são a nota alta.
Os dinheiros vindos da UE serviram, mais uma vez diga-se sobre pressão dos países ricos do centro da Europa (França, Alemanha, e Inglaterra), para acabar com as PESCAS, a INDUSTRIA, a AGRICULTURA, foram impostas cotas de produção aos VINHO, ao LEITE (levando muitos agricultores á falência), assim como em muitos outros sectores do tecido económico do país.
E vem o "nosso Homem", Cavaco Silva, falar em virar-nos para o mar, em pescar mais, virar-nos para a terra, em cultivarmos mais, mas parece que já se esqueceu que iniciou a caminhada para o que somos hoje um País de serviços e mau turismo.
Diz a dada altura:
"Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado. Acomodámo-nos em excesso. Agora, temos de aprender a viver de acordo com as nossas possibilidades e a tirar partido das nossas potencialidades."

E quem teve a culpa de que a economia tivesse sido desbaratada? e fosse dado incentivo aos portugueses para que "cultivasse" o consumo, claro que foram os políticos que nos comícios pré-eleitorais diziam uma coisa e chegados ao Governo faziam outra. E que dizer o de que muitos políticos saídos da "governança" apresentavam índices de "novo riquismo", ou melhor apresentavam formas de enriquecimento que nos deixam pasmados, incredolos e melhor duvidosos da forma como enriqueceram.
Senão vejamos a notícia apresentada pelo "Correio da Manhã":

"Rendimentos: Livro mostra como os políticos enriquecem em portugal
Ex-ministros ficam ricos com a política
Pina Moura, Armando Vara e Dias Loureiro. Todos eles foram ministros, todos eles tinham salários modestos antes de chegarem ao Governo e todos eles acabaram por fazer carreira no mundo empresarial, aumentando o rendimento anual para valores acima dos cinco dígitos.
Os números não deixam dúvidas e constam no livro ‘Como os políticos enriquecem em Portugal’, do jornalista do CM António Sérgio Azenha. A obra ilustra os casos de 15 ex-governantes que multiplicaram os rendimentos depois de saírem do Governo. E as fontes são duas: declarações de rendimentos entregues pelos próprios no Tribunal Constitucional e remunerações anuais referidas nos relatórios de governo nas sociedades onde trabalham.
"De todos os governantes que ingressaram em empresas privadas e públicas depois de terem sido ministros ou secretários de Estado, Joaquim Pina Moura é, provavelmente, o caso mais exemplar de como a carreira política pode ser uma experiência decisiva para a valorização da carreira profissional e consequente prosperidade pessoal", lê-se no livro que é lançado na terça-feira.
Antes de ingressar no Governo de António Guterres em 1995, Pina Moura declarou 22 814 euros, em 1994. E em 2006, após ter saído do Governo, "apresentou um rendimento anual de 697 338 euros". Em 12 anos, o seu rendimento anual sofreu "um aumento de 2956%", diz o livro.
Manuel Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, terá ganho como ministro, em 1994, quase 65 mil euros. Em 2001, já como trabalhador independente, declarou 861 366 euros. Em sete anos, "a sua remuneração anual aumentou 1225%".
Armando Vara, ex-secretário de Estado e ministro de Guterres, é um caso semelhante: em 16 anos, passou de um rendimento anual de 59 486 euros em conjunto com a mulher, em 1994, para 822 193 euros, em 2010. Foi, segundo o livro, um aumento de 1282% na remuneração anual."


Agora temos o nosso Presidente a por-se de fora, como se não fosse o político com cargos políticos de realce á mais tempo em actividade na política cá do burgo.
Fiquem bem