segunda-feira, novembro 03, 2008

Nacionaliza, desnacionaliza, nacionaliza, desnacionaliza .......

É com alguma preocupação que vemos mais uma vez a promiscuidade entre a banca e os ex-políticos ou ex-governantes, os partidos do centro (PS e PSD) disponibilizam para as direcções das estruturas empresariais, empresas das mais diversas, banca e seguros, muitos dos seus quadros quando chegam ao fim dos mandatos políticos, quer como deputados quer como governantes, será que isto sucede para os compensar politicamente pelo trabalho desenvolvido em prol dos respectivos partidos.
O mais estranho nos grandes lucros da banca e seguros é que ficamos a saber com a actual nacionalização do BPN é que o Banco de Portugal controla pouco ou nada. senão vejamos o que disse o seu governador, Victor Constâncio em conferencia de imprensa conjunta com o ministro Teixeira dos Santos, no Jornal Público.
O Banco de Portugal identificou operações de "centenas de milhões de euros [no Banco Português de Negócios] que eram clandestinas", não estavam contabilizadas nas contas do banco, revelou hoje Vítor Constâncio, em conferência de imprensa conjunta com o ministro das Finanças.
Constâncio recusou-se a nomear responsáveis por essas operações, que levaram à situação de pré-falência da instituição, mas excluiu qualquer responsabilidade da actual e anterior administrações, lideradas por Miguel Cadilhe e Karim Vakil, respectivamente.

O que é estranho no meio disto tudo é que as vozes que desde 2001 se vêm pronunciando sobre a forma como o BNP vinha sendo gerido, não despertou a menor sombra de dúvida tanto ao Banco de Portugal como aos Governos que desde então foram passando pelo poder.
Como é possível que um banco com perdas de de 700 milhões de euros não desperte dúvidas ás entidades que regulam a banca, Correio da Manhã.
O Governo anunciou ontem a nacionalização do banco e a Polícia Judiciária prepara-se para dar início a uma investigação de contornos inéditos. Procurara-se pelos menos 700 milhões, que poderão ter sido desviados na sequência de operações financeiras duvidosas. Há três ex-administradores ligados à gestão do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, dos governos de Cavaco Silva, que foram denunciados pelo actual presidente da Sociedade Lusa de Negócios, a holding detentora do BPN, e que poderão ser acusados de branqueamento de capitais, gestão danosa e de fraude. Os documentos reunidos por Cadilhe estão neste momento a ser analisados pelos magistrados para serem delimitados os factos com relevância criminal a investigar. O processo será enviado nos próximos dias para a PJ. Um elemento da Direcção Central de Combate à Criminalidade Económica e Financeira esteve presente no encontro com Miguel Cadilhe e já foram desencadeadas as primeiras diligências.
Hoje ficamos a saber que este caso já havia sido denunciado em 2001 pelo jornalista de economia Camilo Lourenço, Jornal de Negócios Online.
Em Março de 2001, a "Exame", que na altura dirigia, arriscou. Oliveira e Costa, sobre quem impende a maior parte das dúvidas de comportamento ilícito, não perdoou: levei um processo de alguns milhares de euros (que se resolveu com a minha saída da revista e um pedido de desculpas à instituição).
É assim a promiscuidade entre a política e as altas finanças.
Fiquem bem

1 Comments:

At 2:32 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Primeiro foi o BCP, que por causa de uma disputa pela liderança da instituição, se vieram a saber diversas operações que o Banco de Portugal desconhecia. Agora é o BPN, que à beira da falência se vê obrigado a dar a conhecer a sua situação, e lá se descobrem as falcatruas. E os outros? Não está na hora de o governo e o Banco de Portugal fazerem uma inspecção geral e a fundo?

 

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