domingo, novembro 09, 2008

A contestação voltou ao "país de Sócrates" ...

O que nos fica na ideia é que o "autismo político" da ministra Maria de Lurdes Rodrigues conseguiu unir uma classe onde proliferam os sindicatos mas também muitos movimentos cívicos, e deveria começar a ficar preocupada com o crescente número de professores descontentes que num dia de descanso decidem sair á rua para protestar contra as suas políticas demagógicas.
Será que não vê que a base de apoio ás suas políticas vai diminuindo?
A ministra da Educação reafirmou hoje que não vai recuar no sistema de avaliação do desempenho de professores, mesmo com dezenas de milhares de professores a contestar a sua política educativa. Numa reacção à manifestação que decorre em Lisboa, Maria de Lurdes Rodrigues lamentou que os sindicatos do sector venham para a rua criticar o modelo de avaliação que resultou de um entendimento com o ministério.
Numa conferência de imprensa agendada pela própria ministra, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que, apesar da manifestação nacional de hoje reunir mais uma vez dezenas de milhares de professores, o seu ministério tem um objectivo muito claro e uma única preocupação, que “o processo de avaliação continue a processar-se nas escolas”.
(jornal Público)
Algo continua mal no "país de Sócrates" quando com o aumento das dificuldades económicas internacionais se adensa o clima de contestação ás políticas deste governo de maioria absoluta do PS sem que se procure um entendimento com os trabalhadores e se tenta impor por decreto medidas que só se viram e sentiram durante o Estado Novo, no futuro a contestação terá forçosamente de crescer.
As dezenas de milhares de professores que hoje participaram na manifestação nacional contra a avaliação de desempenho aprovaram, por unanimidade, a realização de uma greve nacional a 19 de Janeiro, caso o Ministério da Educação continue intransigente quanto à suspensão do modelo.
No final do desfile entre o Terreiro do Paço e o Marquês de Pombal, além da greve nacional, os professores, 120 mil segundo os sindicatos (a PSP recusou avançar com um balanço "dada a dimensão do protesto"), concordaram com a realização de protestos nas capitais de distrito na última semana deste mês e uma nova marcha nacional ainda durante este ano lectivo.
(jornal Público)
Depois de o PS ter aprovado o orçamento do estado e as novas alterações ao código do trabalho, para pior diga-se, com a contestação interna de 5 deputados entre eles Manuel Alegre,
A revisão do Código do Trabalho foi hoje aprovada na Assembleia da República com os votos favoráveis da maioria do PS, mas tal como se previa sem a posição favorável ao documento de alguns deputados socialistas que já tinham anunciado o seu “não”.
Manuel Alegre, Teresa Portugal, Júlia Caré, Eugénia Alho foram os quatro socialistas que já tinham indicado a sua oposição ao Código do Trabalho. Matilde Sousa Franco foi a novidade nos votos contra da bancada, dado que não tinha votado na primeira vez.
(jornal Público)
que se insurgiram contra os seus camaradas de bancada e o próprio governo por estarem a realizar o que anos antes tinham contestado do código Bagão Félix,
“O PS é que infelizmente votou contra aquilo que tinha dito em 2003”, acrescentou. Manuel Alegre disse não recear as consequências deste seu voto e fez um desafio à liderança de José Sócrates: “Espero que a consequência seja que o meu partido repense algumas políticas, nomeadamente as sociais e uma visão estratégica para o país.”
O deputado e fundador do PS explicou que uma das normas que mais critica no novo Código do Trabalho é o abandono da norma do tratamento mais favorável, o banco de horas”. Manuel Alegre lembrou ainda que “a Constituição da República não é neutra nesta matéria, protege o elo mais fraco que são os trabalhadores”.
Nós [PS] fomos contra o Código do Trabalho apresentado pelo ministro Bagão Félix [do Governo PSD-CDS]. Agora quase tinha que pedir desculpa das coisas que disse na altura”, ironizou.
(jornal Público)
Terão de surgir forçosamente por parte dos sindicatos formas de contestação, nomeadamente dos funcionários do estado e dos trabalhadores do sector privado, tendo em conta que a precariedade e o desmantelamento por parte do tecido empresarial começam a afectar um número incalculável de famílias portuguesas onde muita miséria envergonhada se começa a descortinar nas classe média alta, já que a intermédia há muito deixou de o ser, onde muitas destas famílias já procuram ajuda nas organizações de solidariedade social.
A nacionalização do BPN também agitou as forças políticas, ou será que foi uma tentativa de mascarar algo que há muito havia fugido ao controlo do Governo do "nosso Primeiro", José Sócrates, ou será mais Pinto de Sousa.
Vejamos o que dizem os entendidos na matéria.
"BPN não tinha salvação possível"
O BPN "não tinha salvação possível a não ser através do Estado", afirmou Daniel Bessa, economista e antigo ministro da Economia. Sobre a crise financeira adiantou que "temos aqui um problema que vai demorar bastante tempo a resolver-se".
O BPN “não tinha salvação possível a não ser através do Estado, afirmou Daniel Bessa, economista e antigo ministro da Economia, à margem do XVII Seminário Internacional de Países Latinos da Europa e América organizado pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas.
O antigo ministro sublinhou que “no BPN aconteceu o que tinha que acontecer. No essencial o BPN já estava nas mãos do Estado antes de ser nacionalizado”.
Sobre a crise financeira, explicou que “estivemos à beira de uma catástrofe de proporções inimagináveis. Na Europa recusou-se isso, mas nos EUA viram primeiro e começaram a intervir mais cedo”.
(Jornal de Negócios Online)
e
A identidade do proprietário do Banco Insular de Cabo Verde, que está no centro das alegadas irregularidades que levaram à nacionalização do BPN, foi ocultada durante anos através de uma 'offshore' de Gibraltar, revelam documentos a que a Lusa teve acesso.
Segundo o Banco Central de Cabo Verde, o Banco Insular é controlado por uma sociedade denominada Insular Holdings Limited, sedeada em Londres. Por sua vez, e de acordo os registos britânicos, a que a Lusa teve acesso, esta sociedade é detida em partes iguais por duas empresas 'offshore', a Fiduciary Nominees Limited e a Fiduciary Trust Limited, ambas controladas pelo Fiduciary Group, de Gibraltar.
(Jornal de Negócios Online)
Coisas estranhas se vão passando no "país de Sócrates" onde se aperta o cerco aos trabalhadores, existe dinheiro para nacionalizar bancos onde se tenta lavar as imagens dos banqueiros negligentes por incapacidade na gestão ou por pura corrupção.
Fiquem bem.

1 Comments:

At 1:50 da tarde, Anonymous Anónimo said...

E assim vai o mundinho português, e em terras de Alberto João, o circo continua.

Melhores dias

 

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