O neoliberalismo do ministro Gaspar ...
Todos ouvimos nas primeiras palavras do ministro Gaspar palavras de profunda admiração pelo liberalismo de John Keyne, mas se nos debruçarmos sobre a filosofia libertária deste inglês do inicio do século XX, ficamos a perceber que o nosso Ministro das Finanças leu Keyne muito por alto e não passa de um neoliberal fanfarrão que nos vai levar para o inferno do capitalismo em 2013.
Vou transcrever um paragrafo onde se percebe que Keyne já no pós 1ª Guerra Mundial havia compreendido que a depressão não se combatia com empobrecimento de uma população trabalhadora onde o desemprego aumenta sem fim á vista.
Este capitulo vem num pequeno livro dedicado a John Maynard Keyne da autoria de Reinhard Blomert, na página 73, com o titulo "A crise da Teoria" ele escreve:
"Os números do desemprego subiram de 12% no ano de 1929 para 15% em Maio de 1930, atingindo os 20% em Dezembro do mesmo ano. "Os economistas vêm as coisas com demasiada simplicidade", escreveu Keyne, "em tempos conturbados contam-nos que depois da tempestade vem a bonança. Mas numa situação como esta não ajuda muito apontar para uma tendencia a longo prazo - a longo prazo estaremos todos mortos.". Na verdade, os economistas não tinham uma explicação para o desemprego de longa duração, pois, segundo a sua lógica, o mercado, enquanto instrumento de autorregulação, criava automaticamente o pleno emprego. A teoria clássica seguia a "Lei de Say", segundo qual cada oferta encontra uma procura ao preço do mercado. Porém, era óbvio que os fornecedores de trabalho, mesmo após dez anos, não tinham encontrado uma oferta das empresas.
O mercado de trabalho demonstrou assim ser bem diferente, pois os trabalhadores, consciencializados pela guerra, já não se deixavam contratar por salários baixo."
O mercado de trabalho demonstrou assim ser bem diferente, pois os trabalhadores, consciencializados pela guerra, já não se deixavam contratar por salários baixo."
Se conseguirmos analizar este paragrafo á luz dos dias que correm encontraremos muitas coincidências tais como, o aumento do desemprego provocado por politicas ideologicamente aplicadas para baixar os salários e pensar que assim o mercado de trabalho vai abrir e criar emprego, ou que os empregadores estrangeiros vêm á procura em Portugal de uma mão-de-obra barata ao nível de países emergentes, anteriormente designados de terceiro mundistas, mas não, como podemos ver no inicio do século XX passou-se por igual forma o mesmo problema, nesse caso provocado pelos problemas originados pela 1ª Guerra Mundial, e coincidência das coincidências no inicio do século XXI temos um caso idêntico mas, provocado por um Crash das bolsas que sem regulação e, não supervisionados pelos bancos nacionais, no nosso caso o Banco de Portugal, levou a que as economias mais fracas capitulassem e se iniciasse um caminho para a banca rota.
Como vamos constatando Keyne neste caso tinha razão ao proclamar não o empobrecimento de uma população martirizada pela guerra, mas um encaminhamento através do protecionismo que permitisse que os meios de produção fossem crescendo no Reino Unido, é isso que deveríamos estar a ver acontecer em Portugal em 2012-2013, mas não, o que vamos ver é que a população vai empobrecer ainda mais, q resseção vai crescer, o desemprego irá alcançar brevemente os 20%, o estado social, como Gaspar quer, vai estar cada vez menos humanizado, e brevemente estaremos a ver que o falhanço destas politicas, não só em Portugal, mas no resto da Europa, em toque de finados ao sonho de uma Europa unida e solidária que se encaminha para o reconhecimento do fim do Euro.
Por hoje é tudo.
Fiquem bem.
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