quinta-feira, agosto 16, 2007

Por um jornalismo isento

Foi notícia de realce na Comunicação Social, "O Presidente Cavaco Silva veta Estatuto dos Jornalistas", [Expresso] devolvendo á Assembleia da Republica o diploma para ser reapreciado, o veto teve incidência nas dúvidas que subsistem quanto a algumas soluções normativas.
Estatuto este que foi muito contestado pelo sindicato dos jornalistas e pelos próprios jornalistas em manchetes dos jornais.
Mas, como sempre, "não há bela sem senão", existe um certo jornalismo sensacionalista que por vezes deixa ficar mal as entidades empregadoras, ora porque umas vezes os temas são escritos por jornalistas em regime livre outras vezes por jovens jornalistas que querem apresentar trabalho a qualquer custo, e escrevem artigos que muitas vezes não têm suportes, ou seja, a figura da testemunha de prova não existe.
Parece ser o caso do Direito de Resposta apresentado á revista Sábado por Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola.
Num artigo publicado por esta revista, que eu li, na semana de 19 a 25 de Julho do corrente ano, e com o sugestivo título
escrito a meias pelos jornalistas Helena Cristina Coelho, Nuno Tiago Pinto e Ricardo Marques, uma coisa realça logo no título polémico "a filha do presidente", algo que leva a pensar que o artigo tem por finalidade atingir algo ou alguém, com que intuito, e onde estão as fontes que credibilizem um tal texto? como deixa um director de uma revista que procura visibilidade no mercado sair tal coisa?, já não chega existirem artigos sem identificação?.
O que os manuais ensinam é que a importância da pesquisa está acima de tudo, a isenção do jornalista tem de ser grande, as suas fontes têm de ser credíveis.
Foi então publicado na mesma revista o Direito a Resposta, mas sem qualquer comentário ou pedido de desculpas por parte da redacção, o que nos pode levar a pensar em conivência de ideias.
Com situações destas, que não são únicas na imprecisão dos dados obtidos, não nos podemos esquecer que estamos a dar trunfos ao legislador, leia-se políticos, para que tente controlar e quartear o direito a uma informação livre de censura.
Não sou jornalista de profissão, escrevo neste meu blogs sobre o dia dia baseando-me na maioria das vezes em fontes credíveis como o devem ser os jornais e revistas deste país e do mundo, procuro por isso ter uma postura jornalística e de critico.
E procurei sempre ter o cuidado de não dar a oportunidade de sofrer na pele o dissabor da justiça por ter difamado alguém.
Comprei em 1977 no "pós-PREC" um pequeno manual editado pela Caminho, com o sugestivo título de "Manual de Jornalismo", de Ricardo Gardet, que ainda hoje sinto actualizadissimo. Vejam só, passados tantos anos, ao ler outro livro com o mesmo título escrito por Anabela Gradim, da Universidade da Beira Interior, constatei que o livro de Ricardo Gardet ainda era referência para os estudiosos do jornalismo.

É pena que muitos dos nossos jornalistas evitem ler este e outro qualquer manual, já que estamos a cada dia que passa a aprender coisas novas, só assim evoluiremos.