sábado, março 12, 2011

Conhecem???

Passados 36 anos a manifestação de hoje, 12 de Março, fez-me reviver tempos passados em que o 25 de Abril de 1974 tirou os jovens do "enrrascanço" em que se tornara a Guerra Colonial, pois, nascíamos com o estigma de saber o que mais a pena, se seguir uma vida de contestação e estudo , se vive-la o mais intensamente possível pois quando fossemos para a guerra o regresso era uma incógnita, fui daqueles que decidiu fazer um pouco de tudo, lutamos por ideais de liberdade quer dentro quer fora da política, finalmente chegou a liberdade e com ela a proliferação de ideias e de partidos, passamos pelo PREC com a intensidade alimentada pela nossos ideais de mudar para algo de melhor. Por fim tudo acabou no culminaram no 25 de Novembro de 1975 muito por culpa de políticos politiqueiros como Mário Soares, o tal que meteu o seu "socialismo" na gaveta, e aqui temos para onde essa politica de subserviencia á comunidade europeia nos levou,
também nós jovens que vivemos no Estado Novo, nos deparam,os com a falta de empregos, com a escravatura dos baixos salários, sem voltar a falar no estigma da Guerra Colonial, mas essa finalmente acabou, embora ainda por ai andem muitos saudosistas desse passado, o que não passou foram as dificuldade para os jovens de hoje, ´também pós 25 de Novembro trabalhei a "contrato a prazo" uma ideia "brilhante" do Primeiro Ministro de então, Mário Soares, que levava muitos trabalhadores a serem contratados a prazo por muitos e muitos anos, pois, bastava ao patronato "mandar para casa" dois meses e passado esse tempo voltar a fazer novo contrato, e assim o vinculo nunca era definitivo, isto ainda hoje se passa penso eu.
Mas voltemos á personagem que hoje aqui vos trago, com ar de revolucionario de La Sierra Maestra, o Que estava e sempre esteve no nosso imaginário, este mancebo fez todo o seu tempo de tropa no Regimento de Lanceiros 2 (Policia Militar/Policia do Exercito) , militares esses que foram acusados pelos politicos do "centrão", PS (pseudo esquerda) e PSD (centro direita) e pelo CDS (direita) de contra revolucionários juntamente com outros Regimentos de Lisboa e não só.
Uma questão se coloca, pelo que vemos nos dias que correm de contestação em contestação, de dificuldade em dificuldade, pela forma como o Governo de José Sócrates, que de socialista tem pouco, e os governos passados têm vindo a empobrecer e a tornar avida definitivamente difícil de aguentar, quem eram os contra revolucionários?, seriam aqueles que queriam continuar com os ideais de Abril, ou aqueles que tinham como objectivo os seus interesses pessoais, como Mário Soares? que a todo o custo procurava tornar-se o protagonista maior desta desgraça que nos caiu em cima, ele e os boys do PS e de toda a direita politica.
Eu vou á manifestação, ou seja, as duas gerações vão á manifestação.
Por um futuro melhor sem a imposição de escravatura imposta pelos senhores da Europa.

sexta-feira, março 11, 2011

A Classe Política está “à rasca” …. com os protestos da juventude "à rasca"

Algo está a mudar em Portugal, uma manifestação convocava através das redes sociais, Facebook, Twitter, Blogs, isto é, através da maior rede de comunicações em que se transformou a Internet.
Jovens intelectualmente evoluídos, contrariando a fama de “geração rasca” em tempos apelidados de tal por uma “eminência parda” da nossa sociedade Vicente Jorge Silva, convoca uma manifestação que vem provocar na classe politica uma fuga para a frente na forma como os critica veemente como anti-democráticos. Chegando ao ponto de assomarem com o fantasma da concertação com a direita fascista.
É grave termos de admitir que os partidos e as instituições institucionais se consideram como os únicos detentores da democracia como, se a democracia não se fizesse com movimentos de cidadãos com ou sem conotação partidária e, se arrogam como os únicos com direito a convocar protestos de rua.
Felizmente estes movimentos começam a assomar-se no nosso país tirando a juventude da inércia letargia em que se encontravam. Pois um país faz-se com a participação dos jovens quer no seio dos partidos quer fora deles, e considero que este movimento que os jovens estão a impulsionar neste momento é uma demonstração de que a nossa democracia já não se faz somente com os “dinossauros” que nos sobraram do 25 de Abril, vencedores do 25 de Novembro, como Mário Soares que durante algum tempo foi um apoio incondicional do nosso "Primeiro Sargentão" que continua a conviver mal com as criticas, coitado aquilo está-lhe na génese, ou mesmo Cavaco Silva, que agora se arroga de critico deste governo, quando têm tanta culpa do estado em que o país se encontra, já que foi durante mais de uma década 1º ministro.
Como não nos podemos sentir frustrados com a forma como somos tratados por estes governos do centro e centro direita que deixam que os países ricos, França e Alemanha, nos imponham directrizes que nos vão levar á miséria. Ainda hoje podemos ouvir o que o ministro das finanças disse sobre o novo pacote de dificuldades que vai impor ao povo para agradar á sra Merkel , e corroborado em Bruxelas pelo nosso primeiro, José Sócrates, que depois da sua visita de vassalagem á chanceler alemã, vem apresentar por intermédio do seu ministro das finanças, Teixeira dos Santos.



OE2011: Governo avança com medidas adicionais este ano para poupar 0,8% do PIB
Lisboa, 12 mar (Lusa) -- O ministro das Finanças anunciou hoje o reforço das medidas de consolidação orçamental ainda em 2011, como "medida de precaução" pretendendo assegurar um ajustamento aproximado de 0,8 por cento.

As medidas serão na área da saúde, das empresas do Estado, transferências do Estado para outros subsectores, benefícios e contribuições sociais, e despesas e receitas de capital.

Segundo Teixeira dos Santos, que apresentava as linhas de orientação da actualização de 2011 do Programa de Estabilidade e Crescimento, este reforço serve "como precaução adicional" para garantir objectivo do défice este ano




Sócrates em Bruxelas para "convencer toda a gente" que défice vai mesmo ser reduzido
De Fernando Paula Brito (LUSA) – Há 7 horas

Bruxelas, 11 mar (Lusa) -- O primeiro-ministro, José Sócrates, vai hoje tentar convencer os líderes da Zona Euro, em Bruxelas, que Portugal vai mesmo reduzir o seu défice orçamental este ano e nos próximos, tendo para isso anunciado medidas adicionais.

"O que importa é convencer toda a gente que este ano nós faremos aquilo que anunciámos", disse José Sócrates à chegada a uma reunião dos chefes de Estado e de Governo europeus.

O primeiro-ministro explicou que o Governo português considerou útil antecipar o anúncio de medidas, que só tinham que ser entregues em final de Março, "para que não haja a mínima dúvida sobre a determinação" de Lisboa.
De seguida podemos ver como os novos Ditadores, económico, da Europa rejubilaram de alegria com mais medidas que irão cada vez mais nos empobrecer a cada dia que passa enquanto eles vão enriquecendo.
Uma verdade kajkiana é de que a Alemanha não conseguiu com Hitler dominar a Europa pela força das armas mas, irá consegui-lo pela via económica.

Comissão Europeia considera que novas medidas de Lisboa serão "suficientes" para cumprir metas de défice
Bruxelas, 11 mar (Lusa) - A Comissão Europeia saudou o reforço das medidas de consolidação orçamental para os próximos três anos hoje anunciadas pelo ...

Comissão Europeia considera que novas medidas de Lisboa serão "suficientes" para cumprir metas de défice
Bruxelas, 11 mar (Lusa) - A Comissão Europeia saudou o reforço das medidas de consolidação orçamental para os próximos três anos hoje anunciadas pelo Governo português, que considera que serão "suficientes" para atingir as metas de défice estabelecidas até 2013.

Pouco depois de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciar em Lisboa medidas adicionais já para este ano, para poupar 0,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), bem como para 2012 e 2013, cortando custos na ordem dos 2,4 por cento do PIB na despesa e 1,3 por cento de aumento da receita, o comissário dos Económicos, Olli Rehn, elogiou o "conjunto significativo de novos compromissos" assumidos por Portugal.

"As medidas adicionais de consolidação orçamental imediatas ascendem a 0,8 por cento do PIB em 2011. As medidas anunciadas para 2012 e 2013 atingem respectivamente 2,5 por cento e 1,2 por cento do PIB. Isto deverá ser suficiente para alcançar as metas ambiciosas de défice de 4,6 por cento do PIB em 2011, 3,0 por cento em 2012 e 2,0 por cento em 2013", declarou.
ACC/FPB.
Lusa/fim
Pelo que podemos analisar do que se tem passado com os anteriores PEC's, o próximo vai como já foi dito trazer mais miséria ao nosso povo, pelo que, é premente o povo sair á rua e protestar.
Fiquem bem

terça-feira, março 08, 2011

Por que é que vou participar (ou não) no protesto da “geração à rasca”?

O que vou colocar neste post não necessita de mais palavras do que o testemunho de um jovem que embora formado universitáriamente não consegue um emprego estável, e vive de trabalho temporário.

São sem dúvida a "geração enrascada" .......

Aqui fica o inicio de uma iniciativa do jornal Público em favor de mais uma causa social.

O protesto "apartidário, laico e pacífico" da "geração à rasca" - marcado para 12 de Março em 10 cidades do país (Braga, C. Branco, Coimbra, Faro, Guimarães, Leiria, Lisboa, P. Delgada, Porto e Viseu) - pretende juntar pessoas que vivem em situações laborais e sociais precárias ou que estão descontentes com a actual situação política e económica do país. São os jovens que compõem a "geração sem remuneração" de que fala a música “Parva Que Sou”, dos Deolinda, adoptada por vários protagonistas e apelidada de "hino geracional". O PÚBLICO convida os leitores que pretendem participar na manifestação de sábado a explicarem os motivos do seu protesto. Os leitores que estão contra a manifestação podem igualmente enviar a sua opinião. Os textos devem ser enviados para o email leitores@publico.pt com o nome, idade, residência e profissão do seu autor. O PÚBLICO reserva-se o direito de editar e seleccionar os contributos enviados.

É entre os jovens diplomados que a precariedade mais cresce (Ilustração de Nuno Saraiva)


Este é o primeiro contributo:


Nome: Pedro Loureiro
Idade: 34 anos
Residência: Coimbra
Profissão: Gestor

Porque é que eu vou à manifestação?

Confesso que as minhas motivações para ir à manifestação têm como pano de fundo uma questão geracional, que se revela no quotidiano ao nível social, económico e político. Vou manifestar-me pelos seguintes motivos:


1) Falta de solidariedade intergeracional
Num primeiro nível geracional, menciono uma classe de pseudo yuppies, que assumiu o comando de instituições e empresas, baseando a sua actuação no individualismo, no culto da personalidade, contaminando-as com políticas de exigência oca e de sobreposição do orgulho pessoal ao objectivo comum. Promovem a segregação hierárquica e são os verdadeiros promotores do recibo verde, que serve de seguro na protecção à concorrência de gerações vindouras, naturalmente mais actualizadas e preparadas, e em condições de vingar no mercado de trabalho, tal como esta geração vingou nas décadas de 80 e 90.

Por outro lado, há invariavelmente - no Estado, nas empresas, etc. - um gap remuneratório que se pode apelidar de Pré-2000 e Pós-2000: todos os que atingiram um determinado patamar antes do início desta década, ganham em média 30, 40, 50%, ou até mais, do que uma pessoa em igual posição e categoria que tenha entrado depois disso. Não tem a ver com capacidade ou qualificações, mas sim com os eternos "direitos adquiridos".

Aqui, entramos num 2º patamar geracional: dos direitos adquiridos no pós-25 de Abril, que garantem postos e estatutos inabaláveis, que permitem que haja reformados actualmente com 55/60 anos (reformaram-se aos 45/50) a receber 4, 5, 6.000 euros, mas com um histórico de descontos que não dão nem para cinco anos de reforma nesses níveis remunatórios. Em contrapartida, aqueles que hoje suportam, com descontos para a Segurança Social, estas reformas principescas, terão na melhor das hipóteses 50% do vencimento médio de todo o histórico de vencimentos.

O princípio de solidariedade tem limites e o conceito de direitos adquiridos é criminoso - corrói a sociedade e aniquila qualquer vontade de correr riscos ou empreender. Perante este cenário, não admira que ambição profissional de um jovem seja o de ser funcionário público com horário 9-17h e 3000 euros líquidos ao fim do mês. Aquilo que os pais conseguiram.

Não reclamo a solidariedadezinha, esmolas ou paternalismo com as gerações mais novas. Quero apenas igualdade e estabilidade nos "direitos adquiridos". A este ritmo, os nossos filhos vão fazer parte da "geração 100 euros".

Um país não pode viver a várias velocidades.


2) Um corte com o status quo
O empreendedorismo em Portugal é uma ciência desenvolvida por génios da função pública – quadros e professores - cuja experiência de gestão se resume ao condomínio do prédio onde habitam. A AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal], o IAPMEI [Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação] e afins são “gamelas” para toda uma série de afilhados e apaniguados, que desde cedo aprenderam a mexer cordelinhos para se instalarem num tacho para-político.

Nos organismos estatais de apoio ao desenvolvimento empresarial, a burocracia é a palavra de ordem. Qualquer candidatura ao QREN tem procedimentos próprios de um país subdesenvolvido, envolvendo qualquer promotor numa camisa-de-forças, que é oposta à agilidade que o mercado global exige hoje a uma empresa.


O tecido económico - que em qualquer país desenvolvido se quer forte e povoado por empresas de pequena e média dimensão - é hoje povoado por empresários que dependem essencialmente do Estado. Nestas empresas, a curva de aprendizagem é plana e não se passa conhecimento, porque este não existe - as empresas vivem à custa das relações estabelecidas entre o empresário e a classe política (local, regional e/ou nacional), numa teia de conhecimentos e relações que não é transferível. As empresas não perduram, os quadros não se formam, não há uma lógica de gestão de longo prazo, da empresa como entidade autónoma da figura do empreendedor. E não se aceita espírito crítico: ou está connosco, ou está contra nós.

Esta é uma questão fundamental: num sistema capitalista, a existência de um Estado-providência dependerá sempre da existência de um tecido económico que produza (dando emprego), exporte (reduzindo o défice comercial e a dívida externa) e pague impostos (contribuindo para a redução do défice).


3) Mudança de paradigma na classe política
Esta manif servirá também para que a classe política perceba que tem que mudar a forma e o estilo de fazer política em Portugal - acabar com a pirâmide de poder, articulada nas secções regionais dos partidos que minam de baixo para cima todas as estrutura de poder: local, regional e nacional.

Se a manif tiver dimensão e não houver um cabecilha-de-movimento que possa ser identificado (para ser aniquilado na comunicação social), talvez comecem a ganhar mais respeito pelo povo. É aliás, a única hipótese de se conseguir isto.

Assim como nos metem medo diariamente – através do tenebroso cenário que nos é lançado todos os dias pelos media - também o povo tem que meter medo à classe política.

Esta manif tem ainda uma peculiaridade: há um tronco comum de razões - contra o Governo, o desemprego e a precariedade dos recibos verdes - mas depois cada um tem as suas razões próprias para se manifestar. É uma manifestação customizada, o que é em si mesmo uma novidade.

Por isso é que o establishment começa a ficar incomodado: não sabem se é um flop ou uma vaga de fundo."


Este é o meu contributo para esta causa que tanto perturba novos e manos novos, nomeadamente os que em 1974 colaboraram para que o povo português viesse a ter uma melhor forma de estar na vida.