sexta-feira, abril 25, 2008

Comemorar o 25 de Abril de 1974

Á distância de 34 anos, ainda tenho bem presente as imagens de um dia cheio de esperança, para um jovem mancebo, faria nesse ano 21 anos, que desde que nasceu tinha como castigo divino imposto pela ditadura fascista do provinciano Dr. Salazar, figura beata que em comunhão com o Cardeal Cerejeira e toda as as outras figuras cinzentas que saídas do golpe de estado de 1933 impuseram ao povo português a sua mais negra vivência pelo período de 50 anos.
Fui acordado de madrugada pela minha mãe que muito aflita me disse que a rádio estava a noticiar uma revolução, dei um pulo da cama lavei-me e saí para a rua para só voltar feliz por saber que o regime de Marcelo Caetano, aquele que deu continuidade ao já caduco regime do Estado Novo de Salazar e companhia.
Voltei feliz e mais feliz fiquei quando ouvi o comunicado do MFA onde se falava no fim á guerra, onde se dava liberdade de expressão, onde enfim nos sentíamos desacorrentados do passado cinzento em que vivíamos.
Que melhor recordação do que as músicas de Zeca, Paulo de Carvalho, Adriano, ou os poemas de Ary, e muitos outros.
Começou a noite de de primavera de 74 com uma senha

Acabando com outra senha
VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974
Mas passados 34 anos o que vemos das ilusões que foram passadas pela Revolução dos Cravos, 2 milhões de pessoas á beira ou na miséria, 500 mil desempregados oficiais, ou será cerca de 1 milhão?, muitos jovens com trabalho precário, empresas que fecham e mandam para o desemprego centenas de trabalhadores.
Aprovam-se acordos Europeus sem o aval do povo através de plebiscito.
A insegurança em Portugal demonstra uma desagregação estrutural das famílias mais carenciadas que levam á violência nas ruas, escolas, e demais locais públicos e privados.
Mas continuo a dizer Abril é esperança.
Só que temos de lutar pela esperança de melhores dias.
VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974
Fiquem bem

5 Comments:

At 3:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Também eu estava a cumprir serviço militar. Também eu vivi a esperança. Também eu apesar da actual situação, digo: ViVA O 25 DE ABRIL!!!

 
At 3:23 da manhã, Blogger Paulo said...

Eu já nasci em Liberdade....
Ainda assim, sinto o dever cívico de fazer parte da "festa".
Bom blogue.
Abraço

 
At 3:44 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Sou da geração de Abril, para mim um tempo de intensa festa e euforia, quando ainda acreditámos ser possível fazer um País mais justo, mais humano. Hoje somos figurantes marginais num palco onde já estivemos como actores activos, a construir um futuro melhor para todos. Foi um tempo de sonho e de Liberdade! Um tempo único, irrepetível. Uma data para recordar até à eternidade. Boa semana.

 
At 11:04 da manhã, Blogger armando s. sousa said...

Por vezes dá a sensação, que precisamos verdadeiramente de um novo 25 de Abril, não para obtermos a Liberdade que temos, apesar de uma ou outra vez ela estar em perigo na actualidade, mas sim para obtermos, a esperança que nos foi tirada, que poderemos construir um Portugal, mais justo socialmente, mais seguro e mais fraterno.

Na falta dessa possibilidade: 25 de Abril, sempre. parece um cliché, mas não há, pequena frase mais sintomática do meu sentimento.
Um abraço.

 
At 5:42 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Passei para ver se havia novos textos, ver o blogue e desejar boa semana.

 

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